2 de março de 2016
27 de abril de 2015
8 de janeiro de 2015
24 de novembro de 2014
2 de novembro de 2014
4 de maio de 2014
15 de março de 2014
1 de janeiro de 2014
24 de outubro de 2013
3 de outubro de 2013
19 de agosto de 2013
Pequeno jardim
(Mario Pirata)
Quando eu era pequeninho
ganhava doce e pirulito.
Agora que sou grande
eu comprei um periquito.
Trocavam as minhas fraldas
quando eu era pequeninho.
Agora que sou grande
eu lavo as minhas meias.
Um dia eu seria grande,
pensava olhando o céu.
Agora fiquei desse tamanho
e sou ainda pequeninho.
Este poema de Mario Pirata está no livro "Festaria", Editora Alcance, 2012. A imagem é "Menino com Pião", obra de Cândido Portinari datada de 1947.
14 de agosto de 2013
11 de julho de 2013
9 de julho de 2013
23 de junho de 2013
14 de junho de 2013
28 de maio de 2013
19 de maio de 2013
A ilha do tempo
(Élvio Vargas)
O primeiro rosto que vestimos
era de argila, papel crepom
areia molhada e orvalhos
crismados por água benta.
O segundo veio com brisa
miragens e uma carne de sol
que ainda enganava a fome do corvo.
No último foi despertando
toda a pedra que esconderam
cascalho miúdo
e um sorriso frio
que no começo era postiço
e agora é real.
(Élvio Vargas)
O primeiro rosto que vestimos
era de argila, papel crepom
areia molhada e orvalhos
crismados por água benta.
O segundo veio com brisa
miragens e uma carne de sol
que ainda enganava a fome do corvo.
No último foi despertando
toda a pedra que esconderam
cascalho miúdo
e um sorriso frio
que no começo era postiço
e agora é real.
Esse poema de Élvio Vargas está no livro "Estações de Vigília e Sonho", Editora Gazeta, 2012. A imagem é "Night Shadows", obra de Edward Hopper datada de 1921.
22 de abril de 2013
28 de março de 2013
20 de março de 2013
Toda mulher
(Rubens Jardim)
Toda mulher é uma viagem
ao desconhecido. Igual poesia
avessa ao verso e à trucagem,
mulher é iniciação do dia,
promessa, surpresa, miragem.
De nada adiantam mapas, guias,
cenas ensaiadas ou pilhagens.
Controverso ser, mulher é via
de mão única, abismo, moagem.
É também risco máximo, magia,
caminho íngreme na paisagem.
Simplificando: mulher é linguagem,
palavra nova, imagem que anistia
o ser, o vir-a-ser e outras bobagens.
Esse poema de Rubens Jardim está em "Fora da Estante", Coleção Poesia Viva, Centro Cultural de São Paulo, 2012. A imagem é "Standing Nude with Raised Arms", obra de Henri Matisse datada de 1947.
25 de fevereiro de 2013
20 de fevereiro de 2013
2 de janeiro de 2013
9 de dezembro de 2011
A VIDA ABSTRATA
(Gilberto Wallace)
Tento traçar o meu destino com uma régua,
mas a vida não me dá nenhuma trégua,
comporta-se como uma louca num triste enredo.
Eu a escondo, tal um segredo.
Ziguezagueante sorte que se arrasta por anos perdidos
numa réstea de névoa.
O rio das recordações deságua tanta datas,
nascimentos, aniversários, casamentos,
alguém se mata,
umas feitas de alegria, outras de nostalgia.
A vida, tão real, me parece abstrata.
Esse poema está no livro "Cenas de Uma Vida", 2011. A imagem é "Soft Watch at the Moment of First Explosion", de Salvador Dali, 1954.
1 de agosto de 2011
pra escrever poesia
não é necessário saber
de árvores e de pássaros
além da solidez do caule
e da sutileza do voo
tampouco saber do mar
que dele só quem sabe são os peixes
e as embarcações que se foram
pra escrever poesia
não é necessário ar ou água
necessário é que se saiba
que a poesia já está escrita
em tudo quanto haja
Juliana Meira
A foto fiz na praia do Cardoso, em Santa Catarina.
Este poema foi objeto da reflexão de Gustavo Goulart, a qual pode ser lida nos comentários do post.
29 de abril de 2011
Buraco Negro
(José Antônio Silva)
Um buraco na infância
quintal da minha memória
que eu não lembro
e não esqueço.
Um buraco fundo e negro
que procurei tapar
com terra
pedregulho caco de telha
e mais outra terra por cima.
Um poço bem estreito
que acho não tinha fim
jogava tijolo
brita com cuspe
planta de vaso quebrado
aureola de santo
areia da praia
mais pedra
e sempre faltava um tanto.
Socava a tralha com o pé
puxava terra
no caminhão
joguei um grilo
galho quebrado
minhocas
e dê-lhe pedra e mais pedra
e o bruto não fechava.
No meio dos vultos
da noite
por vezes eu me encontrava
no pátio enluarado
ao lado do cachorrinho
ao pé do buraco
ajoelhado.
Até um brinquedo joguei
um pião com pouco uso
o revólver do meu pai
um soco no meu irmão
um bolo da minha mãe
mas o vácuo não cessava.
Meia volta
volta e meia
me vem o buraco à mente
- e lá vou eu pro buraco
de volta ao inclemente.
Nuns dias até parecia
que havia diminuído
agora faltava pouco!
porém
olhando da borda
era tudo aquele pouco.
Ali já lancei folha verde
caderno velho
pedras de rim
cabelo branco
sonhos novos
até que entendi enfim:
aquele maldito só fecha
após enterrar a mim.
Na imagem, José Antônio Silva, por Edgar Vasques.
20 de março de 2011
17 de janeiro de 2011
2 de setembro de 2010
a voz do morro
(Ronald Augusto)
rasgacéu e mausoléu de nuvens
lá vai o morro: visto que parece meio
sem jeito mas paira quando nada
um passo perene e ainda outro
sobre a cerviz viridente quase
escura dele quando toda essa brancura
em desmesura escarnece
demora-se romeira um debruar-se
opressivo de bruços
em fila gigantas velhuscas
monjas lontanas nesta variedade
de formatura solar
mancheias de velofinos grisalhos
em carícias contra o verde crestado
a cabeleira cabocla desfeita
sobre a testa do morro que se
acrioula achando a coisa toda
sem serventia e nem unzinho
cachorro latia e vaca nenhuma
mu
Esse poema está na segunda edição do livro "No Assoalho Duro", Editora Éblis, 2010. Na imagem, retrato de Ronald Augusto, por Rosa Marques.
1 de junho de 2010
7 de abril de 2010
1 de março de 2010
6 de fevereiro de 2010
a colônia de cupins trabalha
em minha mesa de centro sua casa
rente às notícias passadas
passeiam traças
e nas tomadas a muda sintonia
das formigas
enquanto o porta-retrato empoeirado
transmuda ácaros em teu descaro
na antiga fotografia
Juliana Meira
Esse poema está transcrito em linguagem Braille, onde faz parte de "Poema em Foco". A imagem é minha "grafia", foto da poeta e artista plástica Sandra Santos, organizadora da exposição que reúne os poetas Alexandre Brito, Alice Ruiz, Cairo Trindade, Cláudia Gonçalves, Dennis Radüns, Fabio Brüggmann, Glauco Mattoso, Gilberto Wallace, Jaime Medeiros Jr., Jiddu Saldanha, Juliana Meira, Liana Marques, Lau Siqueira, Mara Faturi, Mario Pirata, Nicolas Behr, Renato Mattos, Ricardo Portugal, Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto, Roseane Morais, Sandra Santos, Sidnei Schneider, Telma Scherer e Tulio H. Pereira.
Esse poema está transcrito em linguagem Braille, onde faz parte de "Poema em Foco". A imagem é minha "grafia", foto da poeta e artista plástica Sandra Santos, organizadora da exposição que reúne os poetas Alexandre Brito, Alice Ruiz, Cairo Trindade, Cláudia Gonçalves, Dennis Radüns, Fabio Brüggmann, Glauco Mattoso, Gilberto Wallace, Jaime Medeiros Jr., Jiddu Saldanha, Juliana Meira, Liana Marques, Lau Siqueira, Mara Faturi, Mario Pirata, Nicolas Behr, Renato Mattos, Ricardo Portugal, Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto, Roseane Morais, Sandra Santos, Sidnei Schneider, Telma Scherer e Tulio H. Pereira.
20 de janeiro de 2010
9 de janeiro de 2010
4 de dezembro de 2009
16 de novembro de 2009
5 de novembro de 2009
veios de silêncio irriquieto
antenam-se sobre os campos
do que fora indeterminado
furores de saudadesejo
aprisionam-se na promessa
de languidez incontida
e reconversa em tempo
água que não se sente
e com tudo
passa
Jaime Medeiros Jr. em "Na Ante-Sala", Editora Porto Poesia e Território das Artes. A imagem é de dentro do livro.
4 de outubro de 2009
18 de setembro de 2009
11 de setembro de 2009
2 de setembro de 2009
9 de agosto de 2009
ENTRE MORTOS DEPOIS FERIDOS
(Frank Jorge)
perdi a chave da correspondência;
e fiquei livre de um monte de contas e cortaram minha
--------------------------------------------------------------[luz
perdi a eloquência; e fiquei livre das concordâncias;
mesmo assim cortaram meu barato
perdi a chave da paciência; e libertei tantos palavrões;
e cortaram minha língua
perdi a ciência; e ganhei a arte;
mesmo assim precisei de um Tylenol 750
tem tanta traça na minha casa
que eu ri de Kafka supondo Gregor uma barata
tem tanto sol na minha área
que eu vi o Figueroa cotovelando Tarciso
tem tanta sorte estar vivo
que dizer que és importante é um desperdício
tem tanta gente na merda
que o moscaredo tá confuso e deprimido
tem tanto molho nesse chesburguer
que a maionese ficou toda em teu sorriso
tem tanta frase desnecessária
que escrevi mais esta só pro meu ouvido
Esse poema de Frank Jorge está no livro "Crocâncias Inéditas", Editora Sagra Luzzatto. A imagem é da capa do livro.
11 de julho de 2009
17 de junho de 2009
14 de maio de 2009
Cofre
(Nei Duclós)
Amor não se manifesta
É cofre em remota estrela
Amor não diz a que veio
É chá de imprestável erva
Amor se casa em segredo
E parte sem que amanheça
Tem armadilhas de caça
Em mil quartos de despejo
Não celebra nem reitera
É quebra de juramento
Manda cartas da cadeia
Sai pela porta da frente
Amor, quem pode com ele
De carona no poema?
Amor, palavra que esconde
Os arranhões da refrega
Amor, que jamais responde
Quando, perdido, se entrega
A imagem é "The Kiss", obra de Edvard Munch datada de 1898.
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Pequeno jardim
(Mario Pirata)
Quando eu era pequeninho
ganhava doce e pirulito.
Agora que sou grande
eu comprei um periquito.
Trocavam as minhas fraldas
quando eu era pequeninho.
Agora que sou grande
eu lavo as minhas meias.
Um dia eu seria grande,
pensava olhando o céu.
Agora fiquei desse tamanho
e sou ainda pequeninho.
Este poema de Mario Pirata está no livro "Festaria", Editora Alcance, 2012. A imagem é "Menino com Pião", obra de Cândido Portinari datada de 1947.
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A ilha do tempo
(Élvio Vargas)
O primeiro rosto que vestimos
era de argila, papel crepom
areia molhada e orvalhos
crismados por água benta.
O segundo veio com brisa
miragens e uma carne de sol
que ainda enganava a fome do corvo.
No último foi despertando
toda a pedra que esconderam
cascalho miúdo
e um sorriso frio
que no começo era postiço
e agora é real.
(Élvio Vargas)
O primeiro rosto que vestimos
era de argila, papel crepom
areia molhada e orvalhos
crismados por água benta.
O segundo veio com brisa
miragens e uma carne de sol
que ainda enganava a fome do corvo.
No último foi despertando
toda a pedra que esconderam
cascalho miúdo
e um sorriso frio
que no começo era postiço
e agora é real.
Esse poema de Élvio Vargas está no livro "Estações de Vigília e Sonho", Editora Gazeta, 2012. A imagem é "Night Shadows", obra de Edward Hopper datada de 1921.
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Toda mulher
(Rubens Jardim)
Toda mulher é uma viagem
ao desconhecido. Igual poesia
avessa ao verso e à trucagem,
mulher é iniciação do dia,
promessa, surpresa, miragem.
De nada adiantam mapas, guias,
cenas ensaiadas ou pilhagens.
Controverso ser, mulher é via
de mão única, abismo, moagem.
É também risco máximo, magia,
caminho íngreme na paisagem.
Simplificando: mulher é linguagem,
palavra nova, imagem que anistia
o ser, o vir-a-ser e outras bobagens.
Esse poema de Rubens Jardim está em "Fora da Estante", Coleção Poesia Viva, Centro Cultural de São Paulo, 2012. A imagem é "Standing Nude with Raised Arms", obra de Henri Matisse datada de 1947.
25 de fevereiro de 2013
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9 de dezembro de 2011
A VIDA ABSTRATA
(Gilberto Wallace)
Tento traçar o meu destino com uma régua,
mas a vida não me dá nenhuma trégua,
comporta-se como uma louca num triste enredo.
Eu a escondo, tal um segredo.
Ziguezagueante sorte que se arrasta por anos perdidos
numa réstea de névoa.
O rio das recordações deságua tanta datas,
nascimentos, aniversários, casamentos,
alguém se mata,
umas feitas de alegria, outras de nostalgia.
A vida, tão real, me parece abstrata.
Esse poema está no livro "Cenas de Uma Vida", 2011. A imagem é "Soft Watch at the Moment of First Explosion", de Salvador Dali, 1954.
1 de agosto de 2011
pra escrever poesia
não é necessário saber
de árvores e de pássaros
além da solidez do caule
e da sutileza do voo
tampouco saber do mar
que dele só quem sabe são os peixes
e as embarcações que se foram
pra escrever poesia
não é necessário ar ou água
necessário é que se saiba
que a poesia já está escrita
em tudo quanto haja
Juliana Meira
A foto fiz na praia do Cardoso, em Santa Catarina.
Este poema foi objeto da reflexão de Gustavo Goulart, a qual pode ser lida nos comentários do post.
29 de abril de 2011
Buraco Negro
(José Antônio Silva)
Um buraco na infância
quintal da minha memória
que eu não lembro
e não esqueço.
Um buraco fundo e negro
que procurei tapar
com terra
pedregulho caco de telha
e mais outra terra por cima.
Um poço bem estreito
que acho não tinha fim
jogava tijolo
brita com cuspe
planta de vaso quebrado
aureola de santo
areia da praia
mais pedra
e sempre faltava um tanto.
Socava a tralha com o pé
puxava terra
no caminhão
joguei um grilo
galho quebrado
minhocas
e dê-lhe pedra e mais pedra
e o bruto não fechava.
No meio dos vultos
da noite
por vezes eu me encontrava
no pátio enluarado
ao lado do cachorrinho
ao pé do buraco
ajoelhado.
Até um brinquedo joguei
um pião com pouco uso
o revólver do meu pai
um soco no meu irmão
um bolo da minha mãe
mas o vácuo não cessava.
Meia volta
volta e meia
me vem o buraco à mente
- e lá vou eu pro buraco
de volta ao inclemente.
Nuns dias até parecia
que havia diminuído
agora faltava pouco!
porém
olhando da borda
era tudo aquele pouco.
Ali já lancei folha verde
caderno velho
pedras de rim
cabelo branco
sonhos novos
até que entendi enfim:
aquele maldito só fecha
após enterrar a mim.
Na imagem, José Antônio Silva, por Edgar Vasques.
20 de março de 2011
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a voz do morro
(Ronald Augusto)
rasgacéu e mausoléu de nuvens
lá vai o morro: visto que parece meio
sem jeito mas paira quando nada
um passo perene e ainda outro
sobre a cerviz viridente quase
escura dele quando toda essa brancura
em desmesura escarnece
demora-se romeira um debruar-se
opressivo de bruços
em fila gigantas velhuscas
monjas lontanas nesta variedade
de formatura solar
mancheias de velofinos grisalhos
em carícias contra o verde crestado
a cabeleira cabocla desfeita
sobre a testa do morro que se
acrioula achando a coisa toda
sem serventia e nem unzinho
cachorro latia e vaca nenhuma
mu
Esse poema está na segunda edição do livro "No Assoalho Duro", Editora Éblis, 2010. Na imagem, retrato de Ronald Augusto, por Rosa Marques.
1 de junho de 2010
7 de abril de 2010
1 de março de 2010
6 de fevereiro de 2010
a colônia de cupins trabalha
em minha mesa de centro sua casa
rente às notícias passadas
passeiam traças
e nas tomadas a muda sintonia
das formigas
enquanto o porta-retrato empoeirado
transmuda ácaros em teu descaro
na antiga fotografia
Juliana Meira
Esse poema está transcrito em linguagem Braille, onde faz parte de "Poema em Foco". A imagem é minha "grafia", foto da poeta e artista plástica Sandra Santos, organizadora da exposição que reúne os poetas Alexandre Brito, Alice Ruiz, Cairo Trindade, Cláudia Gonçalves, Dennis Radüns, Fabio Brüggmann, Glauco Mattoso, Gilberto Wallace, Jaime Medeiros Jr., Jiddu Saldanha, Juliana Meira, Liana Marques, Lau Siqueira, Mara Faturi, Mario Pirata, Nicolas Behr, Renato Mattos, Ricardo Portugal, Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto, Roseane Morais, Sandra Santos, Sidnei Schneider, Telma Scherer e Tulio H. Pereira.
Esse poema está transcrito em linguagem Braille, onde faz parte de "Poema em Foco". A imagem é minha "grafia", foto da poeta e artista plástica Sandra Santos, organizadora da exposição que reúne os poetas Alexandre Brito, Alice Ruiz, Cairo Trindade, Cláudia Gonçalves, Dennis Radüns, Fabio Brüggmann, Glauco Mattoso, Gilberto Wallace, Jaime Medeiros Jr., Jiddu Saldanha, Juliana Meira, Liana Marques, Lau Siqueira, Mara Faturi, Mario Pirata, Nicolas Behr, Renato Mattos, Ricardo Portugal, Ricardo Silvestrin, Ronald Augusto, Roseane Morais, Sandra Santos, Sidnei Schneider, Telma Scherer e Tulio H. Pereira.
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veios de silêncio irriquieto
antenam-se sobre os campos
do que fora indeterminado
furores de saudadesejo
aprisionam-se na promessa
de languidez incontida
e reconversa em tempo
água que não se sente
e com tudo
passa
Jaime Medeiros Jr. em "Na Ante-Sala", Editora Porto Poesia e Território das Artes. A imagem é de dentro do livro.
4 de outubro de 2009
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ENTRE MORTOS DEPOIS FERIDOS
(Frank Jorge)
perdi a chave da correspondência;
e fiquei livre de um monte de contas e cortaram minha
--------------------------------------------------------------[luz
perdi a eloquência; e fiquei livre das concordâncias;
mesmo assim cortaram meu barato
perdi a chave da paciência; e libertei tantos palavrões;
e cortaram minha língua
perdi a ciência; e ganhei a arte;
mesmo assim precisei de um Tylenol 750
tem tanta traça na minha casa
que eu ri de Kafka supondo Gregor uma barata
tem tanto sol na minha área
que eu vi o Figueroa cotovelando Tarciso
tem tanta sorte estar vivo
que dizer que és importante é um desperdício
tem tanta gente na merda
que o moscaredo tá confuso e deprimido
tem tanto molho nesse chesburguer
que a maionese ficou toda em teu sorriso
tem tanta frase desnecessária
que escrevi mais esta só pro meu ouvido
Esse poema de Frank Jorge está no livro "Crocâncias Inéditas", Editora Sagra Luzzatto. A imagem é da capa do livro.
11 de julho de 2009
17 de junho de 2009
14 de maio de 2009
Cofre
(Nei Duclós)
Amor não se manifesta
É cofre em remota estrela
Amor não diz a que veio
É chá de imprestável erva
Amor se casa em segredo
E parte sem que amanheça
Tem armadilhas de caça
Em mil quartos de despejo
Não celebra nem reitera
É quebra de juramento
Manda cartas da cadeia
Sai pela porta da frente
Amor, quem pode com ele
De carona no poema?
Amor, palavra que esconde
Os arranhões da refrega
Amor, que jamais responde
Quando, perdido, se entrega
A imagem é "The Kiss", obra de Edvard Munch datada de 1898.
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