14 de março de 2009


Mínimos Cantos
(Apparício Silva Rillo)

II

Ao trabalho da abelha me concentro.
Mínimas asas,
vôo de flecha,
pólen.
Operária no azul,
extremo e centro.
Espada no ferrão,
doce por dentro.

IV

Solam guitarras no canto das cigarras.
Ave e não-ave,
estridula na tarde.
Veraneira cantata monocórdia
ao sol que as ilumina e nos arde.

Onde buscá-la?
Mas por que buscá-la?
se o seu canto a desenha no silêncio
e se traduz por ela quando fala?


Esses "Mínimos Cantos" estão no livro "30 Anos de poesia".

6 comentários:

Renato de Mattos Motta disse...

mínimos em tamanho, máximos em sensibilidade. Gostei, Juju!

Juliana Meira disse...

é isso aí, Renato!

Sidnei Schneider disse...

bela poesia na veia familiar, hein? a concisão do das abelhas é demais! bjs

Sidnei Schneider disse...

hehe, sabia que eu tinha, fui procurar. os 'mínimos cantos' - formiga, abelha, galo e cigarras - estão em 'doze mil rapaduras & outros poemas', de 1984. ao ler na época, destaquei o das cigarras, continuo gostando, mas agora fui tomado pelo das abelhas. obrigado por isso!

Juliana Meira disse...

"poesia na veia familiar"

(=

já que trouxe a formiga e o galo, vamos registrá-los neste comentário:

I

Vai a formiga em sua faina antiga.
Membros de fios,
a força no ser frágil
- a fábula, o exemplo.

A eternidade é seu fardo e elemento.

III

Ao canto do galo,
calo.
Há sóis em sua garganta
quando canta.
Clarim de alerta
que metais esperta
quando a porta da aurora faz-se aberta.

(Apparício Silva Rillo, em "Mínimos Cantos")

grande abraço Sidnei!!

Juliana Meira disse...

"obrigado por isso"

ora, deixe disso!

(=

14 de março de 2009


Mínimos Cantos
(Apparício Silva Rillo)

II

Ao trabalho da abelha me concentro.
Mínimas asas,
vôo de flecha,
pólen.
Operária no azul,
extremo e centro.
Espada no ferrão,
doce por dentro.

IV

Solam guitarras no canto das cigarras.
Ave e não-ave,
estridula na tarde.
Veraneira cantata monocórdia
ao sol que as ilumina e nos arde.

Onde buscá-la?
Mas por que buscá-la?
se o seu canto a desenha no silêncio
e se traduz por ela quando fala?


Esses "Mínimos Cantos" estão no livro "30 Anos de poesia".

6 comentários:

Renato de Mattos Motta disse...

mínimos em tamanho, máximos em sensibilidade. Gostei, Juju!

Juliana Meira disse...

é isso aí, Renato!

Sidnei Schneider disse...

bela poesia na veia familiar, hein? a concisão do das abelhas é demais! bjs

Sidnei Schneider disse...

hehe, sabia que eu tinha, fui procurar. os 'mínimos cantos' - formiga, abelha, galo e cigarras - estão em 'doze mil rapaduras & outros poemas', de 1984. ao ler na época, destaquei o das cigarras, continuo gostando, mas agora fui tomado pelo das abelhas. obrigado por isso!

Juliana Meira disse...

"poesia na veia familiar"

(=

já que trouxe a formiga e o galo, vamos registrá-los neste comentário:

I

Vai a formiga em sua faina antiga.
Membros de fios,
a força no ser frágil
- a fábula, o exemplo.

A eternidade é seu fardo e elemento.

III

Ao canto do galo,
calo.
Há sóis em sua garganta
quando canta.
Clarim de alerta
que metais esperta
quando a porta da aurora faz-se aberta.

(Apparício Silva Rillo, em "Mínimos Cantos")

grande abraço Sidnei!!

Juliana Meira disse...

"obrigado por isso"

ora, deixe disso!

(=