
II
Mínimas asas,
vôo de flecha,
pólen.
Operária no azul,
extremo e centro.
Espada no ferrão,
doce por dentro.
IV
Solam guitarras no canto das cigarras.
Ave e não-ave,
estridula na tarde.
Veraneira cantata monocórdia
ao sol que as ilumina e nos arde.
Onde buscá-la?
Mas por que buscá-la?
se o seu canto a desenha no silêncio
e se traduz por ela quando fala?
Esses "Mínimos Cantos" estão no livro "30 Anos de poesia".
6 comentários:
mínimos em tamanho, máximos em sensibilidade. Gostei, Juju!
é isso aí, Renato!
bela poesia na veia familiar, hein? a concisão do das abelhas é demais! bjs
hehe, sabia que eu tinha, fui procurar. os 'mínimos cantos' - formiga, abelha, galo e cigarras - estão em 'doze mil rapaduras & outros poemas', de 1984. ao ler na época, destaquei o das cigarras, continuo gostando, mas agora fui tomado pelo das abelhas. obrigado por isso!
"poesia na veia familiar"
(=
já que trouxe a formiga e o galo, vamos registrá-los neste comentário:
I
Vai a formiga em sua faina antiga.
Membros de fios,
a força no ser frágil
- a fábula, o exemplo.
A eternidade é seu fardo e elemento.
III
Ao canto do galo,
calo.
Há sóis em sua garganta
quando canta.
Clarim de alerta
que metais esperta
quando a porta da aurora faz-se aberta.
(Apparício Silva Rillo, em "Mínimos Cantos")
grande abraço Sidnei!!
"obrigado por isso"
ora, deixe disso!
(=
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