O OUTRO
(Carlos Drummond de Andrade)
Como decifrar pictogramas de há dez mil anos
se nem sei decifrar
minha escrita interior?
Interrogo signos dúbios
e suas variações calidoscópicas
a cada segundo de observação.
A verdade essencial
é o desconhecido que me habita
e a cada manhã me dá um soco.
Por ele sou também observado
com ironia, desprezo, incompreensão.
E assim vivemos, se ao confronto se chama viver,
unidos, impossibilitados de desligamento,
acomodados, adversos,
roídos de infernal curiosidade.
Esse poema está no livro "Corpo". A fotografia é de Graça Loureiro.
(Carlos Drummond de Andrade)
Como decifrar pictogramas de há dez mil anos
se nem sei decifrar
minha escrita interior?
Interrogo signos dúbios
e suas variações calidoscópicas
a cada segundo de observação.
A verdade essencial
é o desconhecido que me habita
e a cada manhã me dá um soco.
Por ele sou também observado
com ironia, desprezo, incompreensão.
E assim vivemos, se ao confronto se chama viver,
unidos, impossibilitados de desligamento,
acomodados, adversos,
roídos de infernal curiosidade.
Esse poema está no livro "Corpo". A fotografia é de Graça Loureiro.
2 comentários:
Esse poema é uma pura realidade...a gente tem curiosidade em conhecer o próprio eu, seu interior e qdo fica cara a cara com ele, se assusta rsrsrsrs...pelo menos minha interpretação é esta! Bjao miga fofa!
Denise!
muito bom receber tua visita por aqui!
um poema lido, relido pelos olhos da gente ou pelos olhos de outra gente é sempre surpreendente..
te adoro amiga, venha sempre!!
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