29 de janeiro de 2009


TANTA COISA
(Sidnei Schneider)


um índio de cabelos ônix
rabo-de-cavalo ao cóccix
sopra queñas em cascata
hey jude inca-trocaico

o som escala e encapela
caixas-dágua furacéus,
e pela borda da rua-rio
um táxi vermelho ri:

que faz um táxi vermelho
bem aí? o índio, o táxi,
quem sopra? estou vivo,
longamente vivo, e aqui.



Sidnei Schneider é poeta, tradutor, contista e bacharelando em Letras/Inglês pela UFRGS. Autor de "Plano de Navegação" e "Quichiligangues" editados pela Dahmer em 1999 e 2008, respectivamente. Tradutor de Versos Singelos/José Martí (SBS 1997). Participa do volume Poesia Sempre n. 14 (Biblioteca Nacional MinC, 2001), da Antologia do Sul, Poetas Contemporâneos do RS (Assembléia Legislativa, 2001) e de outras nove publicações resultantes de concursos de conto e poesia. Primeiro lugar no concurso de contos Caio Fernando Abreu (UFRGS, 2003) e primeiro lugar em poesia no concurso Talentos (UFSM, 1995), de um total de treze premiações. Mantém o blog "Umbigo do Lago" - www.umbigodolago.blogspot.com

10 comentários:

Anônimo disse...

muito bonito!
como é bom passear por entre as palavras..
fiquei intrigado com o "umbigo do lago"! rsrsrs
bj

Sidnei Schneider disse...

obrigado, juliana, ficou realmente bonito, ainda mais com essa imagem por ti criada. bjs

Juliana Meira disse...

Igor amigo, és sempre bem-vindo.
vai lá também:

www.umbigodolago.blogspot.com

beijo!

Juliana Meira disse...

poeta Sidnei,

eu quem agradeço ter o poema aqui.
muitobrigada!!

bjs

Mara faturi disse...

Esse menino eu conheço;)"Tem presente", como ele disse à vc lindinha ( no Porto Poesia), lembra??!!! rs,rs
bjão

Juliana Meira disse...

lembro sim, Mara.

(=

viva a poesia do Sidnei!

beijo!

Silêncio disse...

Meio que me sentindo culpado por ter feito comentário sobre o que entendi ser uma falta num ambiente onde vi poesia de sobra, entro neste primeiro post, Juliana Meira, para registrar meu contentamento por ter me deparado casualmente com uma poetisa.
Cheguei aqui atraído pela simplicidade e precisão do nome do seu blog.

Além de todos os haicais publicados entre 15/2/08 e 29/1/09, encantaram-me, em sucessão, “... sou dentro / ora”; “na estante dormem livros de direito”; “o canto / cala”; o concretíssimo “a forma se transforma”; “rege um poema”; a definição: “poema é dilema / reticência na cabeça”; “este farol de amanhecer”; “alegoria que a cabeça fabrica”; “no olhar do panda quanta ternura” e o da “poeira das palavras”, no qual enxerguei matéria prima de mais um primoroso haicai.

A propósito, entre os haicais, este me falou na pele, às margens do Guayba.

inverno
invejo o rio. só ele
não sente frio

Bashô assinaria!

Renato de Mattos Motta disse...

no Ju,
ficou lindo este poema do Sidnei
emoldurado pelos teus!
parabéns pro Sidnei
e parabéns
pra ti!

Bjk!

Juliana Meira disse...

folheando um livro antigo/página por página/meus dedos colheram/a poeira das palavras

não há que cogitar "culpa" pelo comentário que deixou nesse poema, pois em tua leitura, enxergou a possibilidade de retrabalhá-lo em haicai. ao contrário da minha visão que, a medida em que foi sentindo palavra por palavra, enxergou do modo como está escrito e com o qual me identifico mais.
apenas para que justifique o que acabo de escrever: admiro a arte do haicai, cujos princípios procuro levar comigo.
seja bem-vindo ao tempoema.


ps. Bashô assinaria? quer saber o que importa de verdade?
que o poema te alcançou a pele.

Juliana Meira disse...

Renato poetamigo,

viva a poesia do Sidnei!!

bjo

29 de janeiro de 2009


TANTA COISA
(Sidnei Schneider)


um índio de cabelos ônix
rabo-de-cavalo ao cóccix
sopra queñas em cascata
hey jude inca-trocaico

o som escala e encapela
caixas-dágua furacéus,
e pela borda da rua-rio
um táxi vermelho ri:

que faz um táxi vermelho
bem aí? o índio, o táxi,
quem sopra? estou vivo,
longamente vivo, e aqui.



Sidnei Schneider é poeta, tradutor, contista e bacharelando em Letras/Inglês pela UFRGS. Autor de "Plano de Navegação" e "Quichiligangues" editados pela Dahmer em 1999 e 2008, respectivamente. Tradutor de Versos Singelos/José Martí (SBS 1997). Participa do volume Poesia Sempre n. 14 (Biblioteca Nacional MinC, 2001), da Antologia do Sul, Poetas Contemporâneos do RS (Assembléia Legislativa, 2001) e de outras nove publicações resultantes de concursos de conto e poesia. Primeiro lugar no concurso de contos Caio Fernando Abreu (UFRGS, 2003) e primeiro lugar em poesia no concurso Talentos (UFSM, 1995), de um total de treze premiações. Mantém o blog "Umbigo do Lago" - www.umbigodolago.blogspot.com

10 comentários:

Anônimo disse...

muito bonito!
como é bom passear por entre as palavras..
fiquei intrigado com o "umbigo do lago"! rsrsrs
bj

Sidnei Schneider disse...

obrigado, juliana, ficou realmente bonito, ainda mais com essa imagem por ti criada. bjs

Juliana Meira disse...

Igor amigo, és sempre bem-vindo.
vai lá também:

www.umbigodolago.blogspot.com

beijo!

Juliana Meira disse...

poeta Sidnei,

eu quem agradeço ter o poema aqui.
muitobrigada!!

bjs

Mara faturi disse...

Esse menino eu conheço;)"Tem presente", como ele disse à vc lindinha ( no Porto Poesia), lembra??!!! rs,rs
bjão

Juliana Meira disse...

lembro sim, Mara.

(=

viva a poesia do Sidnei!

beijo!

Silêncio disse...

Meio que me sentindo culpado por ter feito comentário sobre o que entendi ser uma falta num ambiente onde vi poesia de sobra, entro neste primeiro post, Juliana Meira, para registrar meu contentamento por ter me deparado casualmente com uma poetisa.
Cheguei aqui atraído pela simplicidade e precisão do nome do seu blog.

Além de todos os haicais publicados entre 15/2/08 e 29/1/09, encantaram-me, em sucessão, “... sou dentro / ora”; “na estante dormem livros de direito”; “o canto / cala”; o concretíssimo “a forma se transforma”; “rege um poema”; a definição: “poema é dilema / reticência na cabeça”; “este farol de amanhecer”; “alegoria que a cabeça fabrica”; “no olhar do panda quanta ternura” e o da “poeira das palavras”, no qual enxerguei matéria prima de mais um primoroso haicai.

A propósito, entre os haicais, este me falou na pele, às margens do Guayba.

inverno
invejo o rio. só ele
não sente frio

Bashô assinaria!

Renato de Mattos Motta disse...

no Ju,
ficou lindo este poema do Sidnei
emoldurado pelos teus!
parabéns pro Sidnei
e parabéns
pra ti!

Bjk!

Juliana Meira disse...

folheando um livro antigo/página por página/meus dedos colheram/a poeira das palavras

não há que cogitar "culpa" pelo comentário que deixou nesse poema, pois em tua leitura, enxergou a possibilidade de retrabalhá-lo em haicai. ao contrário da minha visão que, a medida em que foi sentindo palavra por palavra, enxergou do modo como está escrito e com o qual me identifico mais.
apenas para que justifique o que acabo de escrever: admiro a arte do haicai, cujos princípios procuro levar comigo.
seja bem-vindo ao tempoema.


ps. Bashô assinaria? quer saber o que importa de verdade?
que o poema te alcançou a pele.

Juliana Meira disse...

Renato poetamigo,

viva a poesia do Sidnei!!

bjo