ENTRE MORTOS DEPOIS FERIDOS
(Frank Jorge)
perdi a chave da correspondência;
e fiquei livre de um monte de contas e cortaram minha
--------------------------------------------------------------[luz
perdi a eloquência; e fiquei livre das concordâncias;
mesmo assim cortaram meu barato
perdi a chave da paciência; e libertei tantos palavrões;
e cortaram minha língua
perdi a ciência; e ganhei a arte;
mesmo assim precisei de um Tylenol 750
tem tanta traça na minha casa
que eu ri de Kafka supondo Gregor uma barata
tem tanto sol na minha área
que eu vi o Figueroa cotovelando Tarciso
tem tanta sorte estar vivo
que dizer que és importante é um desperdício
tem tanta gente na merda
que o moscaredo tá confuso e deprimido
tem tanto molho nesse chesburguer
que a maionese ficou toda em teu sorriso
tem tanta frase desnecessária
que escrevi mais esta só pro meu ouvido
7 comentários:
Salve!!
Como sempre, teu espaço fica de parabéns! Longo tempo que não conversamos, mas fica meu abraço e apreço. Obrigado pela lembrança do e-mail. Continue na busca pelas palavras, elas nos completam, livram-nos da apatia e guiam ao Bom Combate. Beijos!! Jacson.
Jacson amigo querido és sempre bem-vindo ao tempoema. grata por tuas palavras, beijo!
ah, e se a prosa anda atrasada, ao menos a poesia tá em dia
(=
Muito bom, muito bom! Muito bom mesmo!
Com destaque para "perdi a ciência; e ganhei a arte".
É isso aí!
Grande beijo.
O blog tá lindo, amiga.
Renata
"mesmo assim precisei de um Tylenol 750"
muito legal esse poema do Frank Jorge, né?!
gracias por tua presença Rê! bJu
Post após post, tudo toca, tudo marca. Talento pra escrever e extremo bom gosto pra escolher tu tens, amiga!! Saudades, e continue esse trabalho! :)
Gostei tanto do Frank Jorge que já estou à procura do livro!
Avise quando pudermos tricotar com o psicomate!
Beijicosaudadica,
Nana.
presençamigalegrialegria!!
muito obrigada gurias
(=
beijosaudade
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