(Élvio Vargas)
O primeiro rosto que vestimos
era de argila, papel crepom
areia molhada e orvalhos
crismados por água benta.
O segundo veio com brisa
miragens e uma carne de sol
que ainda enganava a fome do corvo.
No último foi despertando
toda a pedra que esconderam
cascalho miúdo
e um sorriso frio
que no começo era postiço
e agora é real.
Esse poema de Élvio Vargas está no livro "Estações de Vigília e Sonho", Editora Gazeta, 2012. A imagem é "Night Shadows", obra de Edward Hopper datada de 1921.
3 comentários:
Belo poema, Elvio. Parabéns pelo bom gosto, Juliana.
Abraços!
José Antônio Silva
abraços, José Antônio!
This is gorgeous!
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