26 de abril de 2008
VI
(Mario Quintana)
Avozinha Garoa vai cantando
Suas lindas histórias, à lareira.
"Era uma vez... Um dia... Eis senão quando..."
Até parece que a cidade inteira
Sob a garoa adormeceu sonhando...
Nisto, um rumor de rodas em carreira...
Clarins, ao longe... (É o Rei que anda buscando
O pezinho da Gata Borralheira!)
Cerro os olhos, a tarde cai, macia...
Aberto em meio, o livro inda não lido
Inutilmente sobre os joelhos pousa...
E a chuva um' outra história principia,
Para embalar meu coração dorido
Que está pensando, sempre, em outra cousa...
Esse poema está no livro "A Rua dos Cataventos". A fotografia é de Jorge Palha.
26 de abril de 2008
VI
(Mario Quintana)
Avozinha Garoa vai cantando
Suas lindas histórias, à lareira.
"Era uma vez... Um dia... Eis senão quando..."
Até parece que a cidade inteira
Sob a garoa adormeceu sonhando...
Nisto, um rumor de rodas em carreira...
Clarins, ao longe... (É o Rei que anda buscando
O pezinho da Gata Borralheira!)
Cerro os olhos, a tarde cai, macia...
Aberto em meio, o livro inda não lido
Inutilmente sobre os joelhos pousa...
E a chuva um' outra história principia,
Para embalar meu coração dorido
Que está pensando, sempre, em outra cousa...
Esse poema está no livro "A Rua dos Cataventos". A fotografia é de Jorge Palha.
3 comentários:
- Alexandre Brito disse...
-
esse Mário...
fez o personagem dormir,
com o livro ao meio,
e no poema, sonhar, outro sonho.
como ele em vida, coração dorido,
sempre pensando em outra cousa.
sonhando acordado.
entre um livro ainda não lido,
um café, um cigarro. ou
esperando na calçada a passagem
de um carro. - 28 abril, 2008
- Juliana Meira disse...
-
Alexandre
bonito arremate para os versos de Quintana!
(= - 07 maio, 2008
- Fanzine Episódio Cultural disse...
-
Demência 43
Voava sem asas pelo infinito
Conhecendo estrelas,
Visitando galáxias,
Invadindo o universo.
De sobressalto acordei em uma ilha
Cercada pelo mar azul.
Eu estava só, sem ninguém!
Um órfão perdido no meio do nada.
Adormeci com o espetáculo do entardecer
E acordei com o hálito frio da manhã.
Não havia pássaros e nem peixes
O que houve por aqui?
Sentei e meditei.
Meus olhos dirigiram-se para algumas pegadas
Que iam em direção ao mar...
O que quer que tenha saído
Desistiu de continuar.
Por certo levou notícias
De um mundo outrora belo,
Mas que por descuido e negligência
Não sobreviveu ao próprio flagelo.
Quis retornar às estrelas,
Mas não pude.
Acordei de um sonho
No pior dos pesadelos:
A raça humana deixara de existir!
Agamenon Troyan é escritor e poeta mineiro, auto do livro O ANJO E A TEMPESTADE - 17 julho, 2010
3 comentários:
esse Mário...
fez o personagem dormir,
com o livro ao meio,
e no poema, sonhar, outro sonho.
como ele em vida, coração dorido,
sempre pensando em outra cousa.
sonhando acordado.
entre um livro ainda não lido,
um café, um cigarro. ou
esperando na calçada a passagem
de um carro.
Alexandre
bonito arremate para os versos de Quintana!
(=
Demência 43
Voava sem asas pelo infinito
Conhecendo estrelas,
Visitando galáxias,
Invadindo o universo.
De sobressalto acordei em uma ilha
Cercada pelo mar azul.
Eu estava só, sem ninguém!
Um órfão perdido no meio do nada.
Adormeci com o espetáculo do entardecer
E acordei com o hálito frio da manhã.
Não havia pássaros e nem peixes
O que houve por aqui?
Sentei e meditei.
Meus olhos dirigiram-se para algumas pegadas
Que iam em direção ao mar...
O que quer que tenha saído
Desistiu de continuar.
Por certo levou notícias
De um mundo outrora belo,
Mas que por descuido e negligência
Não sobreviveu ao próprio flagelo.
Quis retornar às estrelas,
Mas não pude.
Acordei de um sonho
No pior dos pesadelos:
A raça humana deixara de existir!
Agamenon Troyan é escritor e poeta mineiro, auto do livro O ANJO E A TEMPESTADE
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