4 de maio de 2008


----------------------------------------------Hilda Hilst
VI

Sorrio quando penso
Em que lugar da sala
Guardarás o meu verso
Distanciado dos teus livros políticos?
Na primeira gaveta
Mais próxima à janela?
Tu sorris quando lês
Ou te cansas de ver
Tamanha perdição
Amorável centelha no meu rosto maduro?
E te pareço bela
Ou apenas te pareço mais poeta talvez
E menos séria?
O que pensa o homem
Do poeta? Que não há verdade
Na minha embriaguez
E que me preferes
Amiga mais pacífica
E menos aventura?
Que é de todo impossível
Guardar na tua sala
Vestígio passional
Da minha linguagem?
Eu te pareço louca?
Eu te pareço pura?
Eu te pareço moça?

Ou é mesmo verdade
Que nunca me soubeste?


Hilda Hilst em "Júbilo, memória, noviciado da paixão".

3 comentários:

Renato de Mattos Motta disse...

Conheço pouco de Hilda Hilst, mas cada novo poema dela que vejo é mais um motivo para admirá-la. A mulher era dessas pessoas que assumem integralmente sua autenticidade e aceitam pagar o preço que for necessário. Isto fica bem claro neste poema.

Juliana Meira disse...

é isso aí Renato.
a poesia de Hilda Hilst é mesmo admirável!
(=

Fanzine Episódio Cultural disse...

DECLAMANDO

Eu era um cara normal
Mas, no momento em que te vi,
Descobri que a poesia não era um sonho,
Uma fantasia, tampouco uma miragem.

Ela sempre existiu em seu sorriso,
Em sua simpatia,
Nos seus abraços,
No piscar dos seus olhos...
Em cada batida do seu coração.

Se me tornei assim, eu confesso: sou poeta,
E quero morrer escrevendo,
Lendo, declamando:
Minha linda e eterna poesia.

* (Agamenon Troyan)

4 de maio de 2008


----------------------------------------------Hilda Hilst
VI

Sorrio quando penso
Em que lugar da sala
Guardarás o meu verso
Distanciado dos teus livros políticos?
Na primeira gaveta
Mais próxima à janela?
Tu sorris quando lês
Ou te cansas de ver
Tamanha perdição
Amorável centelha no meu rosto maduro?
E te pareço bela
Ou apenas te pareço mais poeta talvez
E menos séria?
O que pensa o homem
Do poeta? Que não há verdade
Na minha embriaguez
E que me preferes
Amiga mais pacífica
E menos aventura?
Que é de todo impossível
Guardar na tua sala
Vestígio passional
Da minha linguagem?
Eu te pareço louca?
Eu te pareço pura?
Eu te pareço moça?

Ou é mesmo verdade
Que nunca me soubeste?


Hilda Hilst em "Júbilo, memória, noviciado da paixão".

3 comentários:

Renato de Mattos Motta disse...

Conheço pouco de Hilda Hilst, mas cada novo poema dela que vejo é mais um motivo para admirá-la. A mulher era dessas pessoas que assumem integralmente sua autenticidade e aceitam pagar o preço que for necessário. Isto fica bem claro neste poema.

Juliana Meira disse...

é isso aí Renato.
a poesia de Hilda Hilst é mesmo admirável!
(=

Fanzine Episódio Cultural disse...

DECLAMANDO

Eu era um cara normal
Mas, no momento em que te vi,
Descobri que a poesia não era um sonho,
Uma fantasia, tampouco uma miragem.

Ela sempre existiu em seu sorriso,
Em sua simpatia,
Nos seus abraços,
No piscar dos seus olhos...
Em cada batida do seu coração.

Se me tornei assim, eu confesso: sou poeta,
E quero morrer escrevendo,
Lendo, declamando:
Minha linda e eterna poesia.

* (Agamenon Troyan)